quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Viver junto separadamente

Na era do individualismo e verdadeiro “Culto a si”, a idéia de casamento está passando por uma fase de mudanças. O que se via eram pessoas casarem e misturarem sonhos, projetos, problemas... Era o “viver para si e para o outro”, sempre na tentativa de integração, ligação, comprometimento com o bem estar do outro.
Hoje, o que se vê são pseudo-uniões. Pessoas que moram juntas, mas se recusam a se integrarem. É algo como uma produção em série, você faz a SUA parte, eu faço a MINHA parte e levamos a coisa até onde dá, ou seja, até onde está bom pra CADA UM.
E os discursos são: - Todo mundo precisa da sua individualidade! Pense mais em você! Não procure a felicidade em ninguém! O importante é fazer o que é melhor pra você! Etc etc etc. Ou seja, “Viva com...” mas não “Viva para...”.
Tudo começa com um bom contrato de casamento, que dite logo as regras que garantam uma união sem desvantagens financeiras pra ninguém.
Depois vamos à divisão de tarefas! Dentro de casa, vem a hierarquias dos espaços: Quem senta aonde, dorme aonde, mexe em que e são estabelecidas as regras de convivência.
No sexo colocam-se logo os desejos que precisam ser atendidos e com que freqüência. Cada um sempre pensando em si, claro! Ninguém deve fazer nada sem ter vontade, SÓ PELO OUTRO? Que isso! Isso não é saudável...
Ou seja, os dois têm que rezar pra coincidir os desejos e os momentos em que eles afloram, porque caso contrário, o outro não irá se submeter á nenhum atentado á sua intocável individualidade.
Emocionalmente a pessoa precisa ter o que você não tem ou pelo menos, não ameaçar enfraquecer o que você julga ter de melhor. Porque numa relação individualista ninguém pode alterar o que é do outro, se não descaracteriza a relação, que na verdade é uma “Não-relação”.
Em linhas gerais, para duas pessoas “casarem”, é necessário um conjunto de conveniências atendidas: Financeira, sexual e afetiva.
Na era do “Por mim e para mim”, os pseudos-casamentos tem durado cada vez menos e a idéia apaixonante do “Viver para...” tem apenas habitado o interior das mentes sonhadoras.

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