quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Ou tem muita química ou... tem física!

Alguém já ouviu falar em Química? Não falo daquela matéria que estudamos no colégio, falo da “Química do amor".Segundo os adeptos, quando não existe Química, é como se não existisse afinidade de contato, atração, paixão entre o casal. E sem atração o relacionamento não teria chance de prosseguir.
Existem dois importantes fatores a serem questionados nessa teoria. Primeiro, o poder imutável da Química, e segundo, o real valor que isso tem para um relacionamento a dois.
Todos os casais que se conhecem e sentem atração no primeiro momento, permanecem fortemente atraídos para todo e sempre?
Infelizmente a resposta é NÃO!Ou seja, muitas pessoas que sentem a tal atração arrebatadora nos primeiros encontros, muitas vezes, com o tempo perdem aquele poder de atração tornando-se vítimas de sérias crises sexuais. Isso quer dizer, que nem a reverendíssima Química é capaz de garantir a eterna felicidade sexual entre um casal.
Por outro lado, existem casais que se conhecem ,não sentem a menor atração um pelo outro, mas mesmo assim, insistem em relacionarem-se e com o tempo acabam se entendendo muito bem sexualmente. Já que não é instantânea, não podemos chamar essa atração construída em longo prazo de Química, então chamaremos de física, já que está relacionada com o fator “força”(de vontade talvez...).
Já concluímos com isso, que se a Química pode acabar e a Física pode ser construída, é porque a atração entre o casal não é algo imutável. Agora vamos questionar o valor que essa dita Química tem na manutenção de uma relação amorosa.
Há quem diga que é essencial, que se não há essa atração arrebatadora é melhor nem ir adiante. Assim como, há casos em que mesmo com muita Química, o casal não consegue se entender, resumindo-se apenas a encontros sexuais. Ou seja, ter ou não ter Química, aquela atração instantânea e arrebatadora, não tem uma ligação direta com a felicidade de uma relação a amorosa. No máximo, tem um convênio com a novela das oito.
Em síntese,se existem pessoas que se encontram, acontece a Química e depois tudo acaba. Assim como pessoas que não sentem a mínima atração e depois se envolvem perdidamente,acabamos de invalidar a teoria da química!
A atração instantânea e inexplicável, como toda reação imediata e misteriosa é instigante.E as pessoas constumam encantar-se,atribuindo essa sensação a fantasias sobre o amor e a paixão arrebatadora das novelas das 8 e canções comerciais. Mas o fato é que muitas dessas relações, quando não envolvidas pelo entendimento e a cumplicidade do casal, dissolvem-se, encontrando deficiências inclusive no fator sexual.
Assim como, alguns casais que iniciam uma relação sem um grande poder de atração, ou seja, sem química, e que a princípio nem acreditam que daria certo, por não sentir algo parecido com a faltasia dos emocionantes encontros amoroso, acabam seguindo através do caminho do entendimento, uma relação amorosa e sexual bem mais feliz.
Existem sim relações que começaram sem grandes emoções e que tornam-se intensas. Assim como o contrário. Por isso talvez devêssemos esquecer essa teoria da química e criar a do Entendimento.Porque toda relação que não é envolvida pelo entendimento encontra muita dificuldade em manter-se.
Mas como endendimento e cumplicidade soa pouco sexy, as pessoas tendem a ignorar e recorrer para a fantasia das emoções imediatas.È claro que a atração momentânea pode introduzir uma relação intensa e feliz, mas isso não é o que a definirá. E mais, não existe nada que impeça que essa atração surja depois dos primeiros encontros.
Procurar compreender o outro, agradar, perceber, respeitando os limites de cada um, é a melhor forma de vivenciar um relacionamento a dois. E não existe um gesto, uma palavra, ou uma sensação arrebatadora que possa servir de código para uma relação dar certo.
O que existe é uma disponibilidade para envolver-se e perceber o outro. E isso além de garantir uma boa convivência, pode promover um bom entendimento sexual.Ou seja, essa idéia de que cumplicidade e entedimento é coisa de amiguinho é uma mera construção infundada.
A atração é um fator entre os inúmeros que um casal necessita para manter-se juntos. Mas definir que ela precisa ser instantânea, arrebatadora e no primeiro encontro, é obstáculo demais para se viver um grande amor, físico ou químico.

Viver junto separadamente

Na era do individualismo e verdadeiro “Culto a si”, a idéia de casamento está passando por uma fase de mudanças. O que se via eram pessoas casarem e misturarem sonhos, projetos, problemas... Era o “viver para si e para o outro”, sempre na tentativa de integração, ligação, comprometimento com o bem estar do outro.
Hoje, o que se vê são pseudo-uniões. Pessoas que moram juntas, mas se recusam a se integrarem. É algo como uma produção em série, você faz a SUA parte, eu faço a MINHA parte e levamos a coisa até onde dá, ou seja, até onde está bom pra CADA UM.
E os discursos são: - Todo mundo precisa da sua individualidade! Pense mais em você! Não procure a felicidade em ninguém! O importante é fazer o que é melhor pra você! Etc etc etc. Ou seja, “Viva com...” mas não “Viva para...”.
Tudo começa com um bom contrato de casamento, que dite logo as regras que garantam uma união sem desvantagens financeiras pra ninguém.
Depois vamos à divisão de tarefas! Dentro de casa, vem a hierarquias dos espaços: Quem senta aonde, dorme aonde, mexe em que e são estabelecidas as regras de convivência.
No sexo colocam-se logo os desejos que precisam ser atendidos e com que freqüência. Cada um sempre pensando em si, claro! Ninguém deve fazer nada sem ter vontade, SÓ PELO OUTRO? Que isso! Isso não é saudável...
Ou seja, os dois têm que rezar pra coincidir os desejos e os momentos em que eles afloram, porque caso contrário, o outro não irá se submeter á nenhum atentado á sua intocável individualidade.
Emocionalmente a pessoa precisa ter o que você não tem ou pelo menos, não ameaçar enfraquecer o que você julga ter de melhor. Porque numa relação individualista ninguém pode alterar o que é do outro, se não descaracteriza a relação, que na verdade é uma “Não-relação”.
Em linhas gerais, para duas pessoas “casarem”, é necessário um conjunto de conveniências atendidas: Financeira, sexual e afetiva.
Na era do “Por mim e para mim”, os pseudos-casamentos tem durado cada vez menos e a idéia apaixonante do “Viver para...” tem apenas habitado o interior das mentes sonhadoras.

Metade ou verdade?

Dizem existir um tipo de Ser mais coerente e saudável. Nas relações amorosas, espera que cada um viva a sua vida e se encontre às vezes, quando houver disponibilidade mútua. Que um apóie outro quando isso não lhe causar nenhum tipo de inconveniente. Caso não esteja, melhor procurar um amigo. Afinal, ele sempre abre espaço para os amigos justamente para que cada um tenha o seu grupo de apoio para os momentos em que o amado não está afim.
É um amor tranqüilo, sem grandes doações e emoções. Emoção só na hora do sexo, que se não for selvagem e estonteante, é melhor partir pra outra, porque sexo comum não é saudável, e se não tem muita alma que tenha algum tipo de habilidade especial que impressione! Deseja que ambos façam terapia, para aprenderem a conviver consigo mesmo e se amar sempre. É uma forma de amor saudável, para doutrinar um pouco a alma. Para não correr o risco de se perder no meio das palavras, dos sentimentos, das idéias... Errar, exagerar, desconcerta-se, sair do eixo...
Seres inteiros são malucos, seres fracionados são normais. Os malucos não conseguem amar só um pouco e guardar a outra parte pra reservas emocionais de auto-estima. Os normais conseguem porque são saudáveis e precavidos, tem reservas de tudo, inclusive de amor, só doam o suficiente.
Já os malucos Doam-se, Rasgam-se , Odeiam, Amam, jogam-se e muitas vezes quebram partes de si, que magicamente vão se unindo e tornam-se inteiras novamente. Por jogar-se de corpo inteiro, levantam de corpo inteiro.
Os normais dizem que os filhos crescem e saem de casa, os amores passam e os amigos às vezes se afastam, por isso pra que se doar tanto? Se no final é só você e você mesmo?
Mas os malucos não pensam de maneira objetiva porque ele são só subjetividade. Levados pela alma o tempo inteiro, não conseguem separar nunca, nada. E assim escrevem histórias inteiras, cartas inteiras, ouvem músicas inteiras e vivem amores inteiros porque nada naquele momento é tão importante ao ponto de interrompê-los.
Conhecem pessoas inteiras, mesmo que sejam fracionadas, porque os malucos não chegam, eles invadem. Invadem tudo com a alma que se propaga pelo seu corpo e por tudo que faz, alcançando sucessos e derrotas inteiras. Mas ele nunca pára pra pensar, porque a sua cabeça é sentimento e o seu coração é só amor ou ressentimento.
Tudo nele chora e todo toque toma para si a parte tocada, mesmo que deixada, nunca será a mesma. Porque o inteiro mistura a alma com o outro, mesmo que ele se recuse a admitir que tenha uma. O normal é SER o maluco é TORNAR.

O casal do novo milênio

6:28h é a hora que ele acorda. Porque calcula que lá pras 6:30h é que levanta-se de fato da cama. Escova os dentes, toma banho e faz eventuais necessidades fisiológicas. Caso não ocorra emprevistos(fazer o "número 2" ao invés do básico), ás 6:52h o indivíduo rumo ao sucesso sai de casa para trabalhar...Chegando sempre na hora exata e com um belo sorriso comercial que ele aprendeu no curso de "preparação para profissionais do novo milênio", ele é tipo por todos como uma pessoa simpática e responsável!
Ela tem seus horários todos bem distribuídos de forma funcional, pois É PRECISO OTIMIZAR O TEMPO! ou seja, tem hora determinada pra tudo: Dormir, acordar, fazer sexo, discutir a relação, dar atenção ás crianças... Por exemplo, se em pleno horário de almoço, seu marido, resolve convocá-la para uma matinê, certamente levará um NÂO bem redondo, afinal, meio de semana em horário de almoço não é momento adequado para "rapidinhas". Além do que, ela precisa voltar logo para o trabalho, porque já reservou 8 min para retocar a sua maquiagem no carro antes de voltar a trabalhar...
Também deve evitar suar no meio do expediente, pois correria o risco de destruir a sua linda escova... e uma profissional do novo milênio deve estar sempre muito bem arrumada(fazer uma nova escova no meio da semana, seria o equivalente a no mínimo 1 hora e meia de tempo desperdiçado, além dos 8 minutos para reconstruir a maquiagem perdida...tudo em nome de uma mera "rapidinha"? não mesmo!).
Bom, melhor deixar pro sábado, depois das 20:00h que é a hora determinada pra intimidade do casal... Então ela decide que quando sair do trabalho, passará numa loja de lingeries picantes e comprará uma pra usar no sábado no horário combinado.
E o marido aguarda tranquilamente pelo sábado, pois tem uma secretária muito solícita, que sempre o ampara nesses momentos de carência em horários inadequados pra sua digníssima esposa globalizada... e ele sabe que no final, acaba sendo até mais funcional , pois com a tal funcionária prestativa, ele gasta menos tempo e o resultado é excelente! Não tem aquela necessidade do tal "antes" e "depois" que gasta muito tempo e energia mental, que ele poderia estar ultilizando na resolução dos seus problemas de trabalho... ou seja, se ele pode fazer algo de forma mais rápida, simples e direta, por que não? isso é que é ÓTIMIZAR O TEMPO!
Bom, esse casal moderno e inteligente, também tem seu horário reservado para os filhos! Aos sábados eles aproveitam para dar atenção também aos familiares obrigatórios(aqueles que quando você passa tempo sem visitar, ficam destruindo a sua imagem pras outras pessoas, ex: pai, mãe, sogros, irmãos etc), porque um profissional de sucesso deve ter um bom convívio com os familiares, pois demostrar pouco caso é péssimo pra imagem, faz a pessoa parecer muito desumana e muito ligada ao trabalho e isso não é algo que deve ser demostrado...
Esse tal "encontro familiar" , somando tudo ,geralmente dura cerca de 12 horas... O casal acorda por volta das 7:00h , sai com as criaças pra praia ou algum outro lugar que desejem (loja de brinquedos é até mais prático, levando em conta o fator "custo-benefício", porque por mais que gastem bastante com brinquedos caríssimos, elas acabam passando o resto do dia brincando com os tais brinquedos novos e não torram tanto a paciência, que pode ser reservada pros outros "familiares obrigatórios" que chegarão mais tarde...).
Funciona mais ou menos assim, as pessoas chegam, comem, bebem , conversam um pouco (as vezes bastante, dependendo do quanto bebem...) e por volta das 17, 17:30h estão indo embora... Das 18:00 ás 20:00h é o momento a sós com as crianças... momento da mamãe perguntar "aquele assunto" que a filha queria falar naquele dia e que não deu tempo porque a mamãe estava apressada, caso a filha ainda lembre, é a hora de contar...
Também é o momento do papai reclamar das notas ruins, caso tenham vindo abaixo da média. Caso estejam acima da média, o papai não vai perder tempo elogiando, afinal, OTIMIZAR O TEMPO seria ultilizá-lo para solucionar problemas e notas altas não são um problema... As 20:00h as crianças já precisam estar na cama, para dar continuidade ao planejamento do sábado...
Então, a esposa globalizada vai vestir sua lingerie super picante para o momento íntimo do casal, que lembrando, é sempre no sábado as 20:00h! Caso ela encontre o marido no décimo sono, por ter bebido um pouquinho demais com os familiares obrigatórios, adia-se o momento íntimo para o próximo sábado, sem problemas! No final das contas, ela também não estava lá com essas vontades todas, era só pra cobrir a falta, por ter negado a "rapidinha" da quarta. Mesmo porque, ela tem um colega de trabalho muito funcional e discreto para os seus momentos que não estão programados com o marido e que precisam ser solucionados de alguma forma. Então, o casal globalizado dorme as 20:30h e com isso, estão mais uma vez OTIMIZANDO O SEU TEMPO , afinal, não é todo dia que conseguem dormir 12 horas ...
Eles tem uma vida perfeita! Conseguem achar tempo para o TRABALHO, para os filhos, para os familiares(obrigatórios) e para a intimidade(não necessariamente entre si rs...). Dormem sempre de 8 a 12h por dia, são pontuais, responsáveis, tem uma exelente renda familir, seus filhos estudam em bons colégios, enfim, são tidos como um casal bem sucedido e feliz.
E o que antes se limitava ao profissional, hoje prolonga-se para o pessoal... onde os abraços, conversas importantes, desejos, são todos passados por um processo de adequação ao que foi planejado. As agendas e os relógios saem dos escritórios e vão para casa, até no sábado ás 20:45, quando a filha lembra "aquilo" que ia contar e encontra a mãe dormindo... Ou quando o filho, recebe o seu 10 em matemática e não sabe o que aquilo significa... talvez que não vá levar uma bronca apenas...
E o que seria otimizar o tempo? Seria distribui-lo de forma funcional? Então talvez o conceito de "Funcionalidade" é que deva ser discutido, repensado... Não tendo como base os discursos desses tais "produtores de robôs lucrativos",que desenvolvem técnicas ridículas de "como se tornar um computador de ultima geração em 12 dias" e conseguem falar de forma natural sobre "sorrisos lucrativos"...
Junto com as apostilas, palestras e mini-cursos, devem também ser distribuídas algumas máscaras sorridentes para almas vendidas, perdidas...
Mas já que estamos falando em coisas novas, vamos então falar nas novas tendências para esses profissionais globalizados e sua neurótica corrida para o sucesso: Depressão, síndrome do pânico...

Amor não se dá, troca...

Dizem que existem inúmeras formas de amor e até alguns níveis. Por exemplo, o amor sexual estaria num patamar abaixo do amor materno. Primeiro porque o amor materno não teria o desejo sexual, e em nossa sociedade, compreendemos o sexo como inferior, impuro. E segundo que, um é movido pela troca, o outro não. A mãe consegue ficar feliz apenas em ver o filho feliz, ou seja, não existe troca. Será que não?
Na maioria das vezes, com o filho, nasce um projeto, um sonho, uma nova perspectiva de vida, de uma nova vida. Na verdade, a mãe sente como se tivesse renascido, sendo o filho, um prolongamento de si, um amor próprio objetivado. Em síntese, é o sentimento de produzir uma vida em outra vida. Neste caso, os sentimentos são mais que partilhados, são correspondentes. Por isso, dizer que quem agrada o filho, agrada a mãe duas vezes, não é apenas uma idéia romântica, trata-se de fato de uma relação de correspondência, uma microprojeção. Isso prova que na relação Mãe-filho também há troca. Não é “como se fosse com ela", é “mais do que com ela", porque o filho é a projeção dela em sua plenitude. Agora sabemos que a separação entre o “Amor Materno” e o “Amor Sexual” já não pode mais se legitimar na ausência de troca, nem se deter a uma explicação mágica de uma essência maternal divina.
Na verdade, não há sentimentos divinos aplicáveis a organismos e relações humanas. Ou seja, se é algo vivido e sentido por seres humanos, torna-se humano! O grande problema não está em perceber isso, está em retirar as perspectivas negativas do conceito de Humanidade.
Quem qualificou o ser humano como imperfeito foi o conceito do Divino-Perfeito. E essa busca pela mentira da perfeição só consegue produzir indivíduos confusos e infelizes. Que esperam coisas que não vão acontecer e pessoas que nunca irão encontrar.O fato é que aqui, no mundo real, dos humanos, não há relação sem troca. E isso não é terrível! Em alguns casos é até bastante saudável.Entendendo que não há relação afetiva sem troca, nem mesmo entre mães e filhos, ficaria então mais simples entender as relações entre casais. Certo? Errado!Encontramos ainda um outro problema, novamente relacionado ao conceito negativo de Humanidade, que seria a separação entre o Amor Puro (O espiritual) e o Amor Impuro (O sexual). O Amor Puro teria relação com casamento, família, filhos ... E o outro, O Impuro, só teria relação com o sexo. O que se diz sobre esse Amor Sexual (impuro), é que ele é um sentimento inferior, carnal, mundano! E que o Amor Espiritual sim, é pra sempre e supera tudo. Tudo mesmo? Será que superaria ficar sem sexo umas semanas, uns meses ou quem sabe extinguir o tal ato pecaminoso de sua vida? Imagina só que coisa divina, não sentir mais vontade, desejo... O Amor Puro, espiritual, superaria até ficar definitivamente sem sexo, se fosse o caso! De repente, essa seria a forma mais plena de amar, retirar a parte impura da relação.
Ficaria apenas o amor puro, verdadeiro, baseado em muito respeito, companheirismo, fidelidade,só coisas boas, importantes, substanciais! Poderia até mudar a relação, para uma relação de amizade quem sabe... É! Ser amigo talvez fosse a melhor forma de expressar o amor na sua forma mais plena!Mas você não quer só amizade com a outra pessoa, é isso? Mas então o que um relacionamento entre um casal tem que uma amizade verdadeira não tem? Sexo! Somente isso, ou seja, irrelevante diante da grandiosidade que é o amor verdadeiro! Achamos uma solução então: Serão amigos! Ou seja, não importa com quem a pessoa que você ama sai, nem se ele(ou ela) vai ao delírio com um fulano ou fulana de tal, o que importa é que você está ali do lado, pra tudo, não é verdade? Não? Então quer dizer que o tal amor puro, não é capaz de conviver com a idéia de que a pessoa amada pode vir a fazer sexo com outra pessoa? Mas se o sexo é uma coisa tão irrelevante diante da grandiosidade do Amor!
Não importa com quem a pessoa dorme, o nome da pessoa que ela repete o tempo inteiro, a pessoa que ela pensa, deseja, não importa! O que importa é que você a ama e supera tudo isso, não é verdade? Não? Mas por que não? Não vai me dizer que uma paixãozinha de nada é capaz de abalar um laço tão transcendental? Ciúmes? Que isso! Isso não é amor, é sentimento de posse!Não seja materialista!A pessoa que ama quer ver a outra feliz, independente de com quem seja, isso que é amor de verdade! Deixe que a pessoa saia com quem quiser e depois te conte em detalhes, e nesse momento, ao invés de querer esganar a “talzinha” ou empurrar o “fulaninho” na linha do trem, respire fundo e lembre-se: Você tem um sentimento puro em seu coração e isso ninguém tira de você! Sim! Mas e aí? Ninguém tira, ninguém bota, ninguém nada e você aí, na companhia de si mesmo e do seu grande amor divino, a espera de uma nave espacial que os levem para algum lugar além das nuvens.
É, porque por aqui será difícil de ser feliz! Até porque, o amor sexual não é divino, é tão humano quanto o ciúme, o medo, o orgulho. Mas o fato de não ser divino não diminui a sua beleza e profundidade.Na verdade, eu acho que quem criou esse conceito solitário, sofrido e assexuado de amor, deve ter feito uma pesquisa de campo em Marte, e assim chegou a essas conclusões intergalácticas sobre as relações afetivas. Porque as relações humanas são baseadas em trocas, por isso são chamadas de relações. Alguém oferece algo e recebe algo, mesmo que o fato de oferecer cause algum tipo de sensação de bem estar que corresponda ao “Receber”. Mas sempre haverá cedente e receptor. Até nos amores platônicos existem trocas, mesmo que implícitas. E o desejo sexual não é algo a ser inferiorizado, assim como a necessidade de troca.O que diferencia um relacionamento de casal para uma amizade, é o desejo sexual. A amizade é uma outra forma de relação, que não se encontra em nenhum patamar acima nem abaixo das demais relações. O que é necessário compreender, é que não existem níveis de amor, existem níveis de relações.
Os amantes, os amigos, os pais, os irmãos, os amantes platônicos, todos amam e todos estabelecem relações de troca a sua maneira, porque isso faz parte da natureza humana.Um amigo ajuda o outro, porque um dia foi ajudado ou porque sente que se algum dia precisar, será ajudado, essa é a troca. Um amante ama e deseja ser amado , precisa sentir isso para continuar amando , é uma troca saudável!E por falar em troca, vamos pensar no sentido da palavra. Geralmente se troca algo que não precisa por algo que precisa. Ou algo que precisa menos por algo que precisa mais. O fato é que o intuito da troca é sempre de trazer para si algo melhor, mais do que aquilo que doou. Então agora, que já estamos conscientes de que não tem ninguém aqui puro e absolutamente desinteressado no tesouro do outro, vamos começar a trocar coisas boas, bons sentimentos, construindo assim, relações felizes.

Por que os homens nunca conseguem ter PAZ?

Eles adoram as frases do tipo “Eu quero saber quando vou ter paz”, “Preciso de paz”, “Só queria estar em paz”, “Um dia, quando eu tiver paz...”, “Será que ninguém pode me deixar em paz pelo menos um segundo?”, “Nada melhor que a paz...”.
Vivemos numa sociedade capitalista, onde o mercado exige cada vez mais agilidade e qualidade, porque o tempo também é calculado e há sempre uma urgência...
Urgência parece algo contrário à paz, não é? Então já sabemos que a tal paz no trabalho não funciona, porque senão pode fazer parceria com a palavra DEMISSÃO... e demitidos e sem pagar as contas, aí num dá pra ter paz não é mesmo? rs...
Então vamos levar a paz pra casa, com a esposa e filhos num lindo fim de semana distante da cidade, pronto, a paz será nas férias, ta decidido!
Mas se paz tiver alguma relação com silêncio começa a complicar, porque crianças e silêncio são quase antônimos. Quase não, completamente! Elas correm, gritam, choram, perguntam mil coisas por segundo, reclamam, sentem frio, fome, sono, tédio e adoram expor suas vontades e dúvidas exatamente quando ele está bem deitado na rede, tentando contemplar o seu primeiro segundo de PAAAAAAAAAAAAZ!
Bom, então melhor deixar as crianças lá na casa da vovó... Pronto, só ele e a esposa, numa segunda lua de mel, na santa PAZ... E o q uma mulher deseja fazer numa viagem?????????????? Sexo e dormir? Nananinanão! Sair, andar, conhecer os lugares, tomar um solzinho, fazer umas comprinhas se tiver shopping por perto(mas se não tiver e tiver um boteco que venda qualquer tipo de cacareco também vale!)... enfim, a mulher passa o tempo inteiro na monotonia, fazendo as coisas de sempre, aí de repente tem a oportunidade de fazer algo diferente, o que ela deseja? A-G-I-T-A-Ç-A-O... e se o cara se recusa a fazer as suas vontades e resolve ficar deitado numa rede, tentando relaxar e curtir o seu momento de paz, ela pode o achar relapso e desinteressado, que tem uma amante e que não gosta mais dela e isso pode acabar numa coisa que todo homem adora : DISCUTIR A RELAÇÃO! Ou seja, paz com a mulher do lado, impossível! Tira-se a mulher então!
Pronto, então ele vai sozinho mesmo pra um hotel bem distante da civilização em busca da PAZ...
E lá vai o pobre homem, sozinho, levando apenas o seu lindo e moderno aparelho celular... E quando deita na sua tão sonhada rede: Trimmmmmmmmmmmmm! Celular toca! Quem é? É a mulher perguntando se chegou bem, é o menino dizendo que quer um brinquedo novo, é o chefe dizendo que ocorreu um imprevisto e que precisa voltar imediatamente, enfim... Melhor desligar o cel então!
Pronto, resolvido, desliga-se o celular e a paz está realmente garantida.. mas o pensamento fica... E se as crianças adoecerem e não conseguirem me avisar? E se acontece alguma coisa com alguém da família e não conseguirem entrar em contato comigo? E se tiver alguma bronca na empresa e não conseguirem desenrolar?
Então o homem pega as malas, volta pra casa e chega a seguinte conclusão: Buscar a paz é mais difícil que aceitar os pequenos conflitos rs...
A paz é um estado de ausência de conflitos... Mas o ser humano é conflitante por natureza, e a vida nada mais é que uma eterna tentativa de solucionar pequenos conflitos. E com eles se formam mais outros e outros e outros... E sempre tentamos solucionar e solucionar...
E o homem particularmente, tem essa necessidade de resolver, executar, para se sentir útil ... Ajeitar um problema na instalação elétrica, resolver um pepino no trabalho, levar uma criança ao médico, são coisas que alimentam o ego masculino, eles precisam se sentir necessários...
Na verdade, essa tal “paz” que os homens tanto buscam é utópica, porque eles sempre vão lembrar de coisas que precisam fazer e de pessoas que precisam dele...
O homem nunca está em paz, porque no fundo ele não gosta de estar em paz! Ele gosta de ser requisitado, procurado, convocado...
Nada contra as viagens de férias e esticadinhas pra desopilar hein!rs... Mas vamos combinar que um segundo de paz pode até ser legal, mas dois...

Pessoa certa.Existe?

A busca pela "pessoa certa" é um dos grandes dilemas dos relacionamentos atualmente.Seria alguém sem defeitos, que sempre idealizou, com qualidades já preestabelecidas, só faltando achar o corpo material?
E se o tal corpo material não for suficientemente sexy para atraí-lo? Então vamos acrescentar mais um item: Corpo sexy! Ou seja, seriam as qualidades sonhadas e preestabelecidas, encarnadas em um corpo sexy, a tal pessoa certa?
Mas e se com o tempo, esse corpo sexy acabasse tornando-se algo flácido e desarrumado e essas qualidades perdessem lugar para defeitos terríveis? É, parece que se prender a idéia de um corpinho sexy também não é seguro, assim como confiar em qualidades preestabelecidas também não. E agora?Será que os estereótipos de “pessoa certa” não nos atrapalham na nossa busca pelo amor e a felicidade nos relacionamentos?
O que se vê de forma muito freqüente, são pessoas que se apaixonam perdidamente por outras que descobrem ser exatamente o que sempre sonharam e que alguns meses ou anos depois percebem que não era bem aquilo...
A expressão “Não era bem o que eu pensava” é a prova viva de um rompimento de uma expectativa anteriormente formulada. Mas a pergunta é: Baseados em que, criamos essa expectativa? Na busca por alguém que compense nossos medos, frustrações, fracassos? Mas será que é seguro buscar alguém que compense o que não somos? Isso é o que se chama de Amor(necessidade de ver o outro feliz) ou Escambo(emprestar o que não precisa e pegar emprestado o que precisa)?Agora parece bastante claro que esses estereótipos estão agregados as nossas conveniências.
Não é difícil perceber que as relações estão cada vez mais sensíveis e os divórcios mais freqüentes. E pra justificar escolhas erradas surgem as teorias de que “O amor é um estado de espírito”, “tudo passa”, “Foi bom enquanto durou...”.É, parece que essa fórmula mágica da “pessoa certa” funciona mais ou menos como a roupa bonita da Cinderela, que depois da meia noite volta a ser trapos velhos...A solução para essa nossa crise existencial nas relações, parece nos oferecer apenas dois caminhos: Ou desestereotipamos a “pessoa certa” ou corremos o risco de nos envolver com a errada.